sexta-feira, 21 de junho de 2013

Em Busca da Felicidade.

Finalmente o povo brasileiro entendeu que precisa tomar as rédeas do país!!!

A forma como está sendo conduzido o protesto (único, de todos ao mesmo tempo) é que está totalmente equivocada, infelizmente.

Ontem, sem dúvida, o Brasil acordou. Não só as grandes cidades, que têm mais pessoas educadas e propensas a agir, mas várias cidades médias e pequenas entenderam o sentido da coisa!

O fato de sermos um povo sem cultura política, sem educação escolar e cheio de pobreza é o que causava a passividade. Agora que a torpeza virou ação, o vandalismo de muleques, revolucionários, ladrões, traficantes, drogados "politizados" e malucos em geral é um resquício que vai se fazer presente daqui pra frente.

A polícia não vai marchar passivamente dentro da manifestação, ou acompanhar tal como faz num bloco de carnaval pois ela está aí (sob ordens) para barrar a entrada nos prédios do poder, abafar aglomerações e ponto final.

Sem uma liderança, a democracia de 1 milhão no meio da rua falando coisas diferentes um do outro não vale NADA, simplesmente por que não existe!

A democracia é justamente o fim, ou seja, a conclusão sobre o que fazer, que uma sociedade chega após votos e debates.

Qualquer movimento democrático precisa de um objetivo concreto, ou seja, falar que todos os políticos e partidos são ruins e que a corrupção tem que acabar e que a Saúde tem que ser melhor e que o Mundo é lindo, é para adolescentes e gente sem instrução.

A Copa vai acontecer e é bom que aconteça, as PECs nem iriam ser aprovadas, a passagem baixou, etc... e aí? E depois? Vai ter passeata todo dia agora? Vamos fazer as coisas do modo mais difícil e burro ou vamos pensar o que fazer pra mudar de fato o Brasil?

Objetivo é o que nós precisamos, objetivos reais, práticos e praticáveis. Quem vai determinar o objetivo? Certamente não são as pessoas que só repetem o que algum amigo falou que é certo, ou que é meio revoltadinho e decidiu que o Estado é laico, etc...

Então, quem tem que liderar o processo de mudança?? Ninguém!

Se uma passeata não tem nem bandeira de movimentos (excluir os PSTUs da vida, serve para legitimar o movimento e afastar o descrédito que esses partidos tem), é óbvio que as pessoas não sabem nem o objetivo de uma passeata.

Meu caros, passeata é apenas 1 UM instrumento da democracia. Sozinha, não serve pra absolutamente NADA!

Qual é o segredo do Universo então????

E-L-E-I-Ç-Ã-O

Pensemos em votos, números, marketing eleitoral, etc, etc...

Associações de eleitores são as instituições mais poderosas do mundo. Nos EUA o político preenche um questionário pré-formulado e a Associação escolhe o favorito. Simples assim o cara ganha 40 mil votos de pessoas que se mantém leais aos seus pares. Vejam a National Rifle Association com pouco membros e tanto poder no país.

Mande e-mails, cartas, fotos, SMS, para seu legislador. Entrar em contato, mesmo que sem resposta, conta na matemática eleitoral dos Assessores, e nas pesquisas internas deles.

Como acabou de dizer a Dilmusa da Nação, a reforma política é necessária, e na minha opinião será o evento mais importante da história do Brasil. Minhas propostas:

- Voto distrital - o vereador representa tal bairro na Câmara, os Deputados Estaduais e Federais representam tal cidade nas Câmaras.
- Voto aberto, todos os votos devem ser fundamentados e publicados.
- Os Senadores devem ter até 75 anos e apenas 1 mandato. Esta seria a única limitação de idade para cargos eletivos.
- Um Senador deve ter cumprido 1 mandato de Dep Federal.
- O Dep. Federal deve ter cumprido 1 mandato de Dep. Estadual.
- Dep. Estadual deve ter cumprido 1 mandato de Vereador.
- Exceção: 10% das vagas de Vereador e Deputados reservadas para quem nunca foi eleito.
- Vereadores e Deputados só podem ser reeleitos 1 vez para o mesmo cargo, contiguamente ou não.
- Criação do Sistema Nacional de Votação Facultativa, onde todos os projetos de Lei podem ser votados pela população afetada, sendo que se 50% daquela população aprovar ou negar algo, o voto dos Legisladores fica vinculado.
- Eleição de juízes de 1ª e 2ª Instâncias, promotores, defensores públicos, delegados (Voto facultativo. Mínimo de 25% da população local deve votar até tal data limite para validar).
- Licitações com valor maior que 0,5% do PIB local passam por plebiscito antes da publicação do Edital (Voto facultativo. Mínimo de 25% da população local deve votar até tal data limite para validar).
- Instituição do Ministério Público como Quarto Poder da República. O MP deve ter capacidade para revogar quaisquer atos dos outros Poderes, submetidos a reexame por mais de 25% da população local.
- Eleição dos julgadores do MP (Voto facultativo. Mínimo de 25% da população local deve votar até tal data limite para validar).
- Nas eleições obrigatórias, o voto de professores de instituições públicas valerá por três.

- Nas eleições facultativas, o voto de professores de instituições públicas valerá por dois.

sábado, 22 de setembro de 2012

Não vai ter segundo turno.


     O Rio de Janeiro se consolidou nos anos 2000 como a capital popular do Brasil. Nesta década o Rio ultrapassou São Paulo como a maior criadora de tendências nacionais além de estar muito mais próxima culturalmente ao resto do país do que a capital econômica.

     Nas últimas edições das eleições, o RJ vem tentando criar outra tendência, a do voto consciente em larga escala, com uma boa parte dos eleitores tentando eleger um candidato que fugia da mesmice. Essa é uma atitude muito natural para qualquer sociedade, mas muito nova para a sociedade brasileira.

     Na corrida eleitoral de 2012 o carioca está tentando repetir o fenômeno que ocorreu com o Gabeira nas edições anteriores, mas desta vez com o Marcelo Freixo que acabou de realizar um grande comício no Centro da cidade.

     O carioca está ressuscitando sua fina veia política depois de 20 anos e está procurando saber qual o melhor candidato antes de votar.

     Mas, ainda existe um longo caminho a ser percorrido, pois o carioca ainda analisa superficialmente os candidatos e a política. Argumentos e assuntos básicos e simples ainda tem muita importância para o eleitor, enquanto que a complexidade dos temas é deixada de lado, ou seja, o carioca não sabe ler as entrelinhas.

     Ainda veremos muita discussão sobre transporte, saúde, educação, segurança e emprego (a mão do FHC) e nunca saberemos quais as propostas sobre tributos, planejamento urbano, comunicações, projetos de leis do prefeito, etc, a não ser que você vá aos sites das campanhas, o que não acontecerá.

     O Gabeira era um candidato do PV sustentado pela aliança com o PSDB, apoiado pela elite, e mesmo assim foi colocado como o político novo, culto, que iria praticar a nova política. Disputou acirradamente a primeira tentativa e, ao perder, deixou revoltados seus eleitores que colocaram a culpa no voto burro e desinformado das massas que elegeriam a aliança corrupta Cabral-Paes.

     Dois anos depois a aprovação dessa aliança ainda era forte e os votos de Gabeira na capital não o sustentaram contra o resto do estado. Cabral, o melhor governador dos últimos 25 anos era reeleito tranquilamente.

     Agora, no terceiro round, assume essa posição um candidato que tem na sua integridade sua única credencial, pois sua plataforma de governo é típica dos socialistas, baseada na crítica e adaptação do que já está sendo feito, mas de uma forma que seja correta e sem corrupção (mas todos dizem isso).

     O carioca está tão desesperado por uma solução na política que ignora que o Freixo é um socialista, que se curvará sem piscar para a decisão do seu partido, que está repleto de socialistas sedentos por uma utopia política que não existe no planeta Terra, simplesmente porque existirá a oposição e as outras esferas de governo que vão destruir todas as medidas de um governo do PSOL. 

     O eleitor do Freixo que busca algo diferente ignora que o governo Cabral-Paes é o melhor, mais eficiente e mais aprovado dos últimos 30 anos ou mais, se colocando entre os 5 melhores da história do RJ após Dom Pedro II, mesmo fraudando licitações e se associando à milícias e máfias diversas.

     Logo, a campanha do Freixo adotou a tática tradicional de oposição de reclamar e criticar até a exaustão, cabível nesse momento para tentar minar a imagem do prefeito, para fazer um debate mais rico no segundo turno. Esta é uma tática perigosa pois se ele não chegar ao segundo turno vai enterrar a imagem do partido e, se chegar, a sua rejeição será muito maior.

     O Freixo cresceu pois ganhou o voto dos indecisos (alguns nulos também) até agora, mas são esses eleitores que não fazem um julgamento prévio dos candidatos e esperam as campanhas e debates para se decidirem e que tem mais vontade de conteúdo e rejeitam o tradicionalismo.

     Portanto, além da super aprovação do Paes, que resolveu ou está resolvendo os maiores problemas da cidade (mesmo que a solução não seja perfeita), o Freixo tem que lidar a partir de agora com o voto dos indecisos, que estão do seu lado agora, mas estão sempre avaliando e podem muito bem migrar para os nulos ou não irem votar.

      A campanha do Freixo tem que tomar uma decisão estratégica muito difícil: quando parar de insistir nas críticas e minar os votos do Paes para mostrar conteúdo e continuar ganhando os indecisos e nulos.

     Eu não acredito que a campanha do Freixo saberá como desenhar essa estratégia pois me parecem decididos a mostrar conteúdo no segundo turno, entretanto, estatisticamente, os votos do Paes já estão completamente sólidos, seguindo a aprovação dele.

      Por isso, a pergunta de 1 milhão de reais é: Vocês estão animados para o confronto Paes/Freixo em 2014?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O que é política?

Vamos afastar tudo aquilo que achamos que a política deveria ser. Vamos ver o que ela realmente é, ou melhor, sempre foi.

Política é uma invenção humana muito antiga, um meio para alguém conseguir algo. Na minha opinião ela exprime muito bem tudo o que é ser humano. Tudo é válido, manusear tons de voz, perssuadir, impor, negociar, mentir, mandar, negar, roubar, matar, gerir, tudo humano.

Novamente, tudo é válido na política, desde que, o líder tenha o mesmo objetivo do seu povo e que ele obtenha sucesso na sua empreitada. Caso contrário, ele está errado.

Política, ou você é o rei, ou sua cabeça está na cesta.

Não existe certo ou errado na política, existe sucesso e fracasso. Existe o discurso que conquista e a resposta que não deixa dúvidas. A outra face é não saber dar uma resposta decente a um repórter que não teve coragem nem para fazer uma pergunta um pouco mais complicada.

Política, nós odiamos, porque é tão humana, crua, primordial!

O líder é político, mas o político nem sempre é líder. Ambos fazem política, todos nós fazemos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Voto secreto?

Voto secreto é uma proteção contra regimes autoritários.

A pergunta é: 25 anos após a fim do último regime autoritário no Brasil, precisamos dessa proteção?

Se a resposta for não, qualquer outro motivo a favor do voto secreto perde em importância para os motivos contrários.

Política não é jornalismo.

A princípio esse título parece estranho ou sem sentido, afinal seria o mesmo que dizer que laranja não é alface.

Porém, as pessoas estão acostumadas a ler jornais e ver telejornais, que colocam textos e opiniões seguindo um certo tipo de conduta profissional, aparentemente neutra, e que deve atender ao consumidor e ganhar da concorrência.

Com isso as pessoas começam a olhar para a política como se ela tivesse que ser parecida com o jornalismo. Como se os políticos tivessem que falar e escrever como um profissional, com um padrão.

Bom, a política não é uma profissão, é um serviço social, uma característica da humanidade. Os políticos precisam voltar a ter liberdade de falar livremente e a qualquer tempo.

Infelizmente, o CQC, Pânico, telejornais, etc, sempre fazem julgamento dos discursos políticos como se fossem sempre contra a vontade pública. Na verdade, esses discursos quase sempre são contra os valores da classe social dos artistas e jornalistas (pequena minoria).

O importante é que as pessoas em geral se lembrem que a política não pode estar grudada com o que a mídia deseja. Os políticos têm de ser desafiadores, respeitados, e sim, representantes dos seus próprios eleitores contra os dos outros, quando assim quiserem.

Caso contrário, se vamos sempre ridicularizar os políticos e a política, vamos eleger cada vez mais Tiriricas. Vamos piorar a nossa própria situação.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Excelente e importante relato sobre a segurança no Rio de Janeiro. Gosto de textos assim, que trazem informações técnicas, exemplos, outros modelos nacionais, falam sobre o futuro e dão sugestões.

Estou ansioso para ler uma opinião contrária tão boa quanto.

O governador Sérgio Cabral já fez o mais difícil, deve agora pensar no futuro da segurança no Rio e o futuro político dele.


Os novos efetivos da PM do Rio – A caminho do desastre.
Por José Vicente da Silva Filho*, especial para o blog Repórter de Crime

Ao saber que os chineses empregaram 70 mil policiais para suas Olimpíadas o governador Sérgio Cabral determinou que a PM chegasse ao teto de 60.484 integrantes, através da lei 5.467 de 08 de junho de 2009 que ele sancionou. Somados aos efetivos de aproximadamente 10 mil da Polícia Civil, o Rio passaria a ter os 70 mil policiais “olímpicos” até 2016. Essa falsa saída costuma ser recorrente na história das polícias: o detentor do cargo político ordena que policiais sejam contratados em grande quantidade em curto espaço de tempo para atender uma demanda política por mais segurança. Na polícia das sociedades modernas, cada vez mais complexas e exigentes, não há mais espaço para policiais de baixa qualidade, o que acaba ocorrendo sempre que há pressa na contratação e formação desses profissionais. Em seu primeiro mandato o governador Cid Gomes do Ceará também cometeu esse grave erro político-estratégico, ao determinar a redução do período de formação dos soldados da PM de seis para três meses, com funestas conseqüências para seu já equivocado plano de segurança denominado “Patrulha dos Bairros” com viaturas de luxo (Toyota Hilux) e grande quantidade de PMs desfilando pela capital e arredores.

Existem alguns problemas na equação dos novos efetivos da PM carioca, hoje com cerca de 40 mil policiais. Primeiro, como formar bem 20 mil novos policiais, além de outros cinco mil que terão se aposentado nesse curtíssimo tempo de cinco anos? Não há condições para vencer esse desafio, sem comprometer seriamente o quadro de recursos policiais com integrantes de baixa qualidade. Prudentemente a PM paulista passou a formar seus policiais de base – soldados policiais – em dois anos numa academia com certificação ISO 9001.

Há um coeficiente que tem se mostrado o limite da prudência em recrutamento e preparação de policiais: 5% do efetivo total é aproximadamente o limite que uma estrutura policial consegue preparar por ano com a qualidade básica necessária. No caso do Rio de Janeiro essa referência seria de dois mil ou, chegando ao limite da imprudência, três mil novos policiais ao ano, consolidando-se o efetivo total em pelo menos oito ou nove anos (2019 ou 2020).

Com um policial para cada 228 habitantes, o Rio de Janeiro passaria a ter um dos maiores contingentes policiais do planeta (São Paulo tem um para cada 303; Inglaterra e Estados Unidos aproximadamente um para cada 400 habitantes). A longa experiência de São Paulo na expansão de seus efetivos até alcançar os 100 mil integrantes atuais oferece parâmetros de análise que merecem ser considerados: supondo a demanda da PM carioca de 25 mil novos integrantes: seria necessário pelo menos o recrutamento de 200 mil candidatos com o perfil básico adequado (idade, altura, 2º grau completo, isenção de problemas com a lei etc); pelo menos 40 mil teriam que ser submetidos a exames médicos e psicológicos e uns
30 mil pesquisados em investigação social (juntos a familiares, vizinhos, empregos e escolas, bancos de dados criminais etc). A formação desse enorme contingente implicaria em apertar em cinco anos cerca de 6,5 milhões de horas de aula e o dispêndio de 10 milhões de projéteis para treinamento de tiro. O Estado do Rio de Janeiro teria condições de fazer tudo isso com a qualidade mínima requerida? Não há a menor dúvida: nenhuma polícia teria essa condição.

Pela experiência paulista toda vez que esse teto foi rompido (no caso formando mais que os 5% do efetivo total) houve comprometimento de qualidade, com policiais dando todo tipo de trabalho de maus serviços a problemas éticos e criminais graves. Isso ocorrerá na PM do Rio, não como possibilidade, mas com certeza absoluta. Não se podem formar policiais em granjas como está sendo planejado, inclusive com formação já sabidamente precaríssima em unidades operacionais de policiamento, inclusive do interior. Um psiquiatra norte-americano ao estudar o fenômeno da socialização organizacional do novo policial concluiu que a intensidade e profundidade da formação é fundamental para gerar padrões de comprometimento ético e social necessários à essa dificílima função pública.

Outro problema. Na formulação do plano de efetivos da nova lei a PM meteu os pés pelas mãos, estabelecendo privilégios no acesso profissional e fazendo uma vigorosa volta ao passado mais retrógrado criando cargos de oficiais especialistas numa profusão sem igual no mundo em organizações policiais ou militares.

Para dar suporte ao novo dimensionamento de efetivos (praticamente 50% maior que o atual) foram previstos 77 novos coronéis (são 60 em São Paulo, para aproximadamente 100 mil PM´s), 286 tenentes coronéis (243 em São Paulo), 736 majores (429 em São Paulo). Para capitães (1.048) e tenentes (2.194) os recursos são ligeiramente menores que São Paulo (1.264 e 2.409, respectivamente). Esses quadros de recursos deveriam ser preenchidos proporcionalmente até o preenchimento final dos efetivos em 2016 ou quando fosse possível (provavelmente 2019). Mas esses quadros já foram preenchidos antecipadamente, sugando- se recursos preciosos da hierarquia inferior, justamente aquela que mais lida como o efetivo operacional. O verdadeiro festival de promoções chegou ao exagero inconseqüente, com a incrível promoção além da previsão de vagas: em março havia 103 coronéis para as 77 vagas existentes (existindo, portanto, 26 coronéis sem ter o que fazer) e 296 tenentes coronéis para as 286 vagas previstas, excedentes que utilizaram expedientes sujeitos a enquadramentos em improbidade administrativa (não se podem criar postos sem a devida previsão de vagas).

Curioso também o fato de estarem fixadas 8.506 vagas para graduados (subtenentes, 1º, 2º e 3º sargentos), mas existirem quase 12 mil graduados (em março de 2011 eram 11.357). A PM carioca tem o péssimo sistema de promover automaticamente o soldado a sargento, sem fazer concurso e seleção dos mais aptos para esse importantíssimo cargo de supervisão do policiamento. Ou seja, sem quadros de supervisão qualificados (sargentos e tenentes), com número excessivo de policiais em alta hierarquia prematuramente distanciados do comando operacional o gigantesco efetivo terá precário controle, criando condições para desvios funcionais já potencializados pela má formação. O custo institucional será altíssimo e em curto espaço de tempo.

Mas o lado mais retrógrado (porque era comum nas polícias militares nos períodos anteriores aos governos militares) foi a criação de um larga variedade de especialistas, todos oficiais de carreira, quando poderiam ser contratados civis, com menor comprometimento salarial e de estabilidade funcional:

Vejamos a relação de oficiais a serem concursados (já ingressam como tenentes, e, em muitos casos, podendo chegar a coronel):

1. Médicos: 850, sendo 6 coronéis
2. Dentistas: 312 (2 coronéis)
3. Enfermeiros: 220
4. Psicólogos: 100
5. Fisioterapeutas: 50
6. Nutricionistas 50
7. Farmacêuticos: 40
8. Assistentes sociais: 30
9. Veterinários: 25
10. Capelães: 20
11. Fonoaudiólogos: 16
12. Músicos: 11
13. Especialistas em rádio/comunicação: 7
14. Pedagogos: 16
15. Auxiliares administrativos: 584

Observações:
a. Primeira pergunta a fazer: se os 40 mil PM´s atualmente têm um dos piores salários do Brasil (pouco mais de mil reais, metade do que ganha um PM paulista ou um quinto do que recebe o policial do DF), como remunerar adequadamente 60 mil?

b. Por que tantos especialistas a serem concursados, se seria mais barato contratar no mercado de trabalho, com as facilidades de troca em caso de trabalho insatisfatório e com impacto muito menor na previdência estadual?

c. Por que 850 médicos, com um médico para cada 71 PM´s se a OMS prevê um para cada 1.000 habitantes? HÁ UM ABSURDO EMBUTIDO NESSE CONCURSO: os especialistas da área de saúde da PM trabalham 4 HORAS POR DIA, quando deveriam trabalhar as 8 horas como todos os demais servidores. Apenas servidores especialistas contratados podem trabalhar 4 horas se forem pagos para isso; como oficiais de salário integral devem trabalhar integralmente. UM ESCÂNDALO.

d. O que justificaria o tamanho dessa alta hierarquia médica: 6 coronéis, 40 tenentes coronéis 128 majores médicos? Será que um coronel médico teria disposição para cuidar da unha encravada de um soldado? Na PM de São Paulo existe UM ÚNICO CORONEL PARA TODO O QUADRO de saúde, função destinada a administrar toda a Diretoria de Saúde da PM.

e. O que justifica a contratação de 40 farmacêuticos, o mesmo contingente existente no gigantesco complexo industrial da Johnsonn & Johnsonn? Em São Paulo, por herança do passado são aproximadamente 20. E 20 capelães, o que justificaria, se o estado é laico e se os contingentes da PM não costumam ter missões em outros países, onde os policiais não teriam como freqüentar as paróquias locais? Não é suficiente ter igrejas perto de qualquer residência policial? A PM em São Paulo tem 3 capelães.

f. E por que não se contratam civis para a administração, como fazem as secretarias de estado ou os ministérios e empresas públicas?

g. Sem cálculos precisos podemos estimar o salário médio desses 2.331 oficiais especialistas em torno de 4 mil reais. Em valores básicos acarretaria um impacto mínimo de 120 milhões na folha de pagamentos da PM. Ocorre que o impacto total do custo desses especialistas é da ordem de 2,5 vezes seu salário (contando inclusive com o impacto futuro das aposentadorias e pensões, gastos com afastamentos, treinamento, fardamento, suporte administrativo, assistências médicas e sociais etc), algo em torno de 250 MILHÕES AO ANO. Tudo isso sem relevante impacto na melhoria da capacidade operacional dos efetivos verdadeiramente policiais.

h. A PM do Rio de Janeiro estaria bem servida com 50 mil integrantes melhor remunerados, principalmente se excluída a contratação absurda desses especialistas.

i. Previsão do LEGADO Pós-Olímpiada - Logo após os Jogos Olímpicos a segurança do Rio de Janeiro acentuará a crise que começará ser desenhada por volta de 2013 com os novos efetivos mal formados e mal supervisionados, engrossando milícias e aproveitando-se da cultura existente de corrupção e achaque. Com os oficiais se espremendo em busca da alta hierarquia onde ficam distantes da atividade operacional a tropa se sentirá abandonada e os custos irão às alturas com a paquidérmica estrutura de especialistas que comprometerão definitivamente as possibilidades de retribuição salarial condigna aos policiais militares. Definitivamente a PM e o governo do Rio de Janeiro estão dando tiros nos pés com essa balofa estrutura policial criada entre tantas insanidades.

Ainda dá tempo de algumas correções:

a. não efetuar os concursos dos especialistas,

b. limitar o aumento de efetivos em 50 mil,

c. colocar os coronéis para comandar batalhões operacionais, majores para comandar companhias de policiamento (com capitães para auxiliar a coordenação administrativa e operacional),

d. Reintroduzir a exigência de seleção para formar sargentos, introduzir exigências de cursos para as promoções a 2º e a 1º sargentos e a subtenente e. Permitir a promoção exclusivamente pelo critério de existência de vagas, como ocorre em praticamente todas as demais polícias (atualmente o tenente promovido automaticamente a capitão no máximo em 5 anos e 8 meses, mesmo sem existência de vagas para a função; o soldado é promovido automaticamente a sargento).

* Coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, ex-secretário nacional de segurança pública, mestre em psicologia social pela USP, ex-consultor do Banco Mundial, foi chefe do serviço de seleção da PMESP.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011

O governo Obama está sendo muito mais do que eu esperava.
Além de cumprir boa parte das promessas de campanha mais importantes e lutar bravamente na esfera legislativa, está ensinando a todos os jovens políticos um elemento extra importantíssimo, justamente porque é o único elemento que falta ao governo e ao presidente: energia!
O presidente Obama realmente aplicou seus conceitos pessoais na sua administração, e acredito que sua intenção era servir de uma forma técnica, produtiva, pautada na razão e em análises frias dos fatos. Também acredito que tantos fatores desfavoráveis para os EUA fizeram com que esse tipo de governo quase utópico fosse uma necessidade vital para aquele país.
Mas nunca podemos esquecer que somos seres humanos, temos defeitos, medos, angústias, qualidades e virtudes. Considero uma virtude humana a vida em sociedade, e numa sociedade, energia é algo que não pode faltar na política e nos políticos profissionais.
Sem dúvida o governo Obama tem boa quantidade de energia para ter feito tudo o que fez nesses muitos 2 últimos anos. Mas, onde está toda aquela energia dos discursos inspiradores e históricos? Onde está a mobilização das massas? Porque não se comemoram direito as vitórias?
Algo que admiro no governo Lula é a capacidade de levantar o moral da nação por qualquer boa notícia, algo que outros políticos não fazem, apenas tiram proveito cruamente.
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Mais um ano se vai, desejo a todos um 2011 de muita perseverança e crença na política, acreditem que o seu voto é rico, e que o governo é tão bom quanto você cobrar dele, mandando emails, atuando, insistindo e também é claro, ajudando.
Abraços!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independentes.

189° da Independência e 122° da República.

O Século XXI realmente veio para consolidar a História pós-moderna. Precisamos nos adaptar a um novo mundo, deveras.

Quem diria que o principal papel das Forças Armadas é o social? Sabemos pelas reportagens na TV das ações de cidadania desempenhadas, através da construção emergencial de pontes, ou levando remédios para ribeirinhos na Bacia Amazônica. Mas acredito que o mais interessante é saber que as Forças Armadas, e o Exército principalmente, contribuem muito para a dissolução da pobreza no Brasil empregando milhares de pessoas que não teriam oportunidades em outros lugares.

Jovens carentes tem a carreira militar como uma das melhores opções de vida. Um trabalho árduo que os afasta da ociosidade. Acredito que treinar traficantes é uma consequencia fácil de ser vencida com um trabalho psicológico por parte dos seus superiores e agentes civis. Afinal, o "jovem traficante" já está sob custódia do Estado, por vontade própria, se sujeitando a regras.

Investir nas Forças Armadas tem muitos benefícios, infelizmente o orçamento se dilui após o pagamento do soldo dos altos escalões. Apesar desse fato, sou extremamente favorável ao aumento dos investimentos nas Armas.

Sobre o assunto, vejam essa reportagem muito boa -
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1412698-5598,00-DO+ORCAMENTO+DAS+FORCAS+ARMADAS+CUSTEIA+FOLHA+DE+PAGAMENTO+DIZ+PESQUISA.html

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Transporte = Comunicação.

Cabo, satélite, 3G, terminais, GPS, TV digital, dinheiro eletrônico, wi-fi, Internet, e-comércio.
As novas tecnologias são o que possibilitam a vida na metrópole, respondendo ao imperativo da mobilidade, e conformando território híbrido moderno e clássico; físico e virtual. Estamos perante uma nova E-topia em termos urbanos. Seria necessário reinventar os espaços da arquitetura urbana?
A atual produção arquitetônica já nos mostra a transitoriedade cultural em formas flexíveis, efêmeras e desmaterializadas, com paisagens (landscapes) contendo vários estilos ao mesmo tempo. Mas, em um nível mais concreto, são cada vez mais comuns ao redor do mundo desenvolvido, os chamados "smart-spaces", espaços tecnologicamente ricos, inteligentes e interativos, que asseguram a conexão real-virtual.
No futuro da arquitetura urbana, a disponibilidade de informação a qualquer tempo será um atributo, permitindo que as pessoas possam fazer de tudo independente da localização em que se encontram. Para isso, os espaços urbanos devem ganhar em flexibilidade e versatilidade de usos. Essas pessoas, representam uma Homem que progressivamente reformula e amplia suas relações com o espaço da cidade, alterando seus modos de comunicação e pensamento, que acabam por influenciar na sua própria essência.
Parece que com as novas tecnologias o Homem volta ao modelo ancestral do nômade. Todos somos nômades, habitando cartografias múltiplas, simultâneamente distintes e próximas.
As novas tecnologias que surgem são próteses, no sentido em que ampliam a capacidade do homem, mas também alteram sua essência. As tecnologias da comunicação móvel (como o celular) ou física (como o carro) tem reformulado a essência do Homem, e portanto, o estilo de vida urbano e o montante da evolução de novos modos de cidade, e das relações humanas no território.
O transporte rodoviário é a maior rede social do mundo. Uma cidade bem preparada para o século XXI deve considerar o carro como um meio de comunicação, e interação.
Imagine que as pessoas pudessem saber qual o melhor trajeto a se fazer ao sair do trabalho às 18:30. Imagine que o seu carro te informaria ainda a relação entre os carros que determinada rua suporta e os carros que estão naquele momento na rua. Imagine ainda que o seu carro te informaria assim que você o ligasse, onde haveria um acidente, obras na pista, passeatas, ou quaisquer retenções.
As implicações positivas para a administração pública, de um projeto como esse, seriam infinitas. Saber quantos carros exatamente utilizam determinada via pública é sinônimo de grande economia de recursos para a manutenção ou reconstrução dessas vias. Saber quantas pessoas transitam por uma região seria ideal para a disponibilização de segurança adequada, por exemplo.
A questão que sempre acompanha as novas tecnologias é a quebra da privacidade individual. Em um primeiro momento, é precipitado afirmar que a informação ficaria restrita à administração pública, tendo em vista que, por exemplo, a Receita Federal não conseguiu manter o sigilo sobre informações financeiras dos cidadãos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Subterrâneo

O futuro da humanidade é embaixo da terra.

Não é ficção científica imaginar que em um futuro (não tão distante) a humanidade esteja vivendo e se desenvolvendo no subsolo, se preservando da natureza revoltada com as ações do Homem, ou ainda preservando a natureza de maiores destruições. O futuro (que já deveria ser a realidade) é simplesmente a reformulação da organização subterrânea das cidades brasileiras. Neste quesito estamos décadas atrás dos melhores países.

Podemos encontrar exemplos de sucesso em várias cidades do mundo, cada uma com um sistema adaptado ao terreno da cidade. É muito fácil achar pela internet os modelos usados por várias cidades americanas e européias. Em Chicago, por exemplo, a principal avenida, que cruza toda a cidade, foi construída inteiramente em baixo da terra. Os efeitos vão desde a diminuição do tráfego na superfície até a impossibilidade de assaltos, já que as poucas entradas são vigiadas.

Volto a dizer, esse tipo de obra é caro, demorado, e chato para quem tem que conviver com interdições no trânsito. Mas, entre as milhares de pequenas obras que vemos todos os dias para troca de canos de água, cabos de luz, cabos da Net, troca de asfalto, etc, etc, tenho certeza que qualquer cidadão prefere conviver com a obra Definitiva.

Não sou engenheiro, mas gosto muito da idéia de classificar o subsolo em níveis. Algo que é feito em todo o mundo, de forma adaptada é claro. O conceito é que o abastecimento seja feito de forma vertical (embaixo dos prédios), e não mais horizontal como é o caso dos tubos instalados sob o asfalto, que cruzam a rua para abastecer.

Consideramos que em 1 metro abaixo da superfície, seriam instalados os cabos e aparelhos necessários para luz, telecomunicações e outros. Dessa maneira, podemos eliminar completamente os fios, geradores de luz, e os próprios postes que tanto sujam a paisagem urbana carioca e brasileira em geral. Neste nível ainda estaria a tubulação de gás.

Em 5 metros abaixo da superfície seria construída uma malha para a instalação dos tubos de recolhimento do esgoto e de águas de chuvas e rios. Toda essa água deve ser direcionada artificialmente a usinas de reciclagem da água e não mais diretamente ao mar. A importância da usina de reciclagem é imensa, uma vez que a água é um bem que se tornará cada vez mais caro.

Logo abaixo, deve existir uma malha para o abastecimento de água para a cidade, que deverá receber a água das usinas de reciclagem e das de tratamento da água.

Outro conceito é evitar o desgaste do material para não existir tanta necessidade de concertos e quebradeira de ruas. O sistema que utiliza tubulação é feito para uma cidade do século 19. No século 21 devemos apostar em galerias (lembram dos filmes em que as pessoas escapam através do esgoto?), muito mais espaçosas e com manutenção fácil e barata.

E finalmente, encontraremos as formas de transporte como o metrô e a avenida de Chicago.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Honestidade

Honestidade não é tudo na política. Para sobreviver na vida pública e permanecer íntegro apesar de todas as dificuldades, o político honesto (honesto não é sinônino de "novo") deve ter um bom e sólido preparo, ou seja, deve ter estudo e principalmente fortes valores morais. Isso não significa que qualquer cidadão sem estudo não possa ter sucesso, entretanto, as chances são muito pequenas, e nossa democracia não pode mais suportar tantos políticos sem qualquer preparo para o cargo.
A política na prática é impossível de ser totalmente prevista e como em qualquer trabalho, também tem situações de pressão. O melhor remédio para tal é o bom e velho planejamento. E isso, para o político novo e honesto, nada mais é do que atender aos seus valores morais e utilizar o que aprendeu em seus estudos.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Legislativo Podre?

O Poder Legislativo representa a grande mistura que forma o Brasil. A mistura do Legislativo entretanto, não é tão feliz. E ainda, como um político honesto pode prosperar se seus companheiros tem interesses obscuros?
Não é certo dizer que o político honesto se torna desonesto em face das adversidades. Este político é na verdade fraco. Fraco porque não sabe praticar a sua própria profissão, a política!
Vou dividir esse tema em dois, primeiro falarei sobre os políticos podres, os famosos, câncer da nação. Depois falarei desses poucos bem-intencionados, fracos ou não, aqueles que fazem a esperança coletiva sobreviver.
Primeiro, existem aqueles que defendem seus próprios interesses, são geralmente empresários ou fazendeiros, que são eleitos com o próprio dinheiro e dos seus amigos empresários. Fazem poucos projetos de leis que beneficiam direta (com dinheiro) ou indiretamente (através de benefícios como por exemplo, uma estrada na porta de sua fábrica) seu ramo ou até mesmo seu negócio.
Outros são eleitos porque defendem uma ou duas bandeiras, e por isso acabam fazendo poucos projetos de lei que beneficiam somente sua classe profissional ou social. Neste caso e no anterior, os legisladores acabam criando projetos sem o menor teor jurídico.
Um terceiro tipo de legislador é aquele experiente, reeleito diversas vezes. Este está mais preocupado com seu espaço no partido do que qualquer outro político. Não é preciso dizer que possui muitos contatos e atender à interesses específicos é sua especialidade. E, óbviamente, já pensa na próxima eleição. Estes legisladores tem conhecimento jurídico-político moderado ou até alto, e seus projetos são os mais perigosos. São projetos bem feitos e comumente defensores de interesses de investidores de campanha. Para serem aprovados percorrem um caminho "curto", ou seja, a atuação política do legislador facilita sua aprovação.
Por fim, dentre os principais grupos, podemos apontar os legisladores que realmente sabem exercer sua profissão. Geralmente são antigos, e geralmente ícones das bancadas de um partido. Estes são os verdadeiros políticos, jogam, com o bem e com o mal. São os que fazem a coisa andar. Neste grupo estão por exemplo o Suplicy, a Heloísa Helena, os presidentes de Câmaras de vereadores e Assembléias estaduais, o Sarney e o Collor. Neste grupo não há santos ou demônios. Este legislador é o mesmo que em um único dia garantirá que uma lei beneficie algum patrocinador seu ou o próprio partido, e que, horas depois impedirá que uma lei absurda ou surreal seja aprovada.
Este grupo é realmente o coração doente de qualquer plenário. E essa doença pode ser curada bem rapidinho, visto que é o grupo que carrega o peso dos olhos do povo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que o aluno quer?

É comum em tempos eleitorais, ou até mesmo em tempos normais se falar no que as pessoas querem ou o que elas gostam. O problema é que muitos falam sem nenhuma pesquisa prévia legítima. Mas saber o que o aluno da FND quer é fácil, na verdade é óbvio. O aluno dos primeiros períodos quer se adaptar a nova realidade, a transição entre a escola, as poucas responsabilidades, as poucas obrigações, e o mundo adulto e os sacrifícios que devem ser feitos. Tenho certeza que muitos desses alunos que lêem este texto agora não sabem, exatamente, do que eu estou falando.
Já os alunos mais “antigos” querem duas coisas, passar em um concurso, ou ser bem sucedido num escritório ou empresa. Isso meus amigos, é o óbvio. Ambas as escolhas, apesar de bastante diferentes, compartilham as mesmas raízes. A primeira e mais importante são professores qualificados, didáticos, que gostem de estar lecionando. A segunda raiz, conseqüência da primeira, é a melhora das atividades acadêmicas como eletivas relevantes, eventos sobre as diversas matérias do Direito, que coloquem o aluno em contato com os empregadores e tragam substância.
Enfim, o que o aluno da FND quer é um currículo de peso, que coloque uma pessoa reverenciando duas credenciais: Universidade Federal e Faculdade Nacional. Entretanto, isso é o óbvio. Todos nós que escolhemos Direito fizemos por um motivo, melhorar de vida. Não estou dizendo que seja errado, mas apesar de sempre tentarmos, não somos santos, somos homens e mulheres que querem fazer o melhor pelo país, e também querem recompensa. Meus amigos, nós queremos uma vida boa e próspera, num país igualmente bom e justo, afinal de contas nosso bem mais precioso é o futuro.
O futuro é interessante não é? Cada pessoa deve saber o que ela quer no futuro, mas eu sei que todos querem o melhor para si e para os seus. Aposto que muitos não conseguem confiar seus futuros no nosso querido movimento estudantil. Cada um com seus motivos pessoais, mas muitos pela percepção de que não há razoabilidade nos membros das chapas. Enfim, haja paciência para a política na faculdade....
Realmente, os poucos e bravos alunos que lutam heroicamente contra as ditaduras ideológicas não conseguem se juntar para formar uma chapa nova e sem comprometimentos, enfim, não são profissionais os coitados.
Analisando os eventos mais recentes percebo uma mudança extremamente positiva, a chapa 3 agora é composta também por esses alunos que prezam pela razoabilidade, ponderação, planejamento e trabalho duro. A chapa 2, ainda sob o predomínio do PSTU, faz concessões aos seus muitos componentes simpatizantes. O CART, sempre um bastião de produtividade, continua evoluindo, com a presença de grandes figuras como a Liv Makino, Fernanda Medeiros, Eduardo Helfer e outros representantes que não conheço, mas que só tem a contribuir para a faculdade.
Olhando mais fundo, vejo que a chapa 1 está fora do jogo depois do golpe lamentável contra a aliança com a chapa 3. Seus antigos integrantes que deixando a faculdade em breve, certamente não farão falta depois de “encerrar suas carreiras”. A antiga chapa 3, que em apenas uma eleição, sem uma estrutura poderosa por trás, e que conseguiu a impressionante marca de 100 votos estará reforçada, e com propostas de grande qualidade. A chapa 2 não irá mudar sua percepção das coisas, ou seja, você gosta, ou não. Certamente estão fazendo um trabalho melhor do que a antiga chapa 1, mas, é como diz o ditado, “Melhor que Garotinho e Rosinha, até a minha vó!”.
A chapa 3 então tem tudo para dar certo, pois abraça o que os alunos querem, suas idéias, a participação das pessoas.... Espero que finalmente fique clara a vontade dos alunos em estudar numa faculdade do século XXI, que tenha o “escritório tour”, debates entre políticos, máquinas de café nos corredores, seminários sobre óleo e gás, sobre administração de empresas, um escritório modelo digno de atender à população, enfim, uma faculdade que atenda aos interesses pessoais e sociais. Afinal de contas, se a PUC, IBMEC, UERJ e FGV têm, por que nós não?Amigos estudantes, convoco todos aqueles que pensam mudança a acompanhar, ajudar e enriquecer a chapa 3, assim como eu estou fazendo, pois o que eu quero é o fim da morosidade nessa faculdade. Não pensem que por fazer parte da chapa, estou fazendo uma propaganda aqui. Também não quero fazer promessas, o que eu quero é fazer o meu melhor para trazer qualidade, independentemente da minha ideologia política. Espero enfim, que o pensamento político reine na faculdade ao invés do interesse partidário.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008